sábado, 13 de junho de 2015

Entrevistas e alguns textos sobre educação do orientador Ronaldo Rodrigues

O Feedback dos primeiros trabalhos com interdisciplinaridade propostos nos cadernos de estudo nos encontros do Pacto.
Os informes e práticas foram realizados pelos seguintes professores e demais sujeitos da Escola:
Dayane Kelly - matemática; Emerson Borges - língua estrangeira; Francielle - filosofia; Nayara - sociologia; Maria Helena - literatura/redação; Wallasse - língua portuguesa ; Irazilda - coordenadora pedagógica e pela aluna integrante do Colegiado da Escola: Maria Sônia.
Interatividade com a prática oferecida  nos Encontros do Pacto, propiciaram esses importantes e salutares depoimentos.







Diretora Nara Cafrune da EE Prof.Antônio Marques falando sobre PPP e Pacto  
   




Charlatães


     “Curiosíssimo o artigo de 20/03 de Gilberto Dimenstein, intitulado “As faculdades formam charlatães?” O assunto baseia-se na ausência de ética profissional médica, mas daí generaliza-se, dando vazão ao questionamento de culpa às faculdades. Afirmo que esse conceito “anti” (antiética, antidisciplina, antiprofissionalismo, anti-honestidade) é adquirido fora das faculdades sendo todos correlatos com a Lei de Gerson.Quem sabe se para um mal médico não houvesse o Conselho de Medicina para julgá-lo? O verdadeiro charlatão não se faz num banco de escola, mas nas esquinas da vida.”
                                                               Ronaldo Rodrigues


                  



Ensino em crise

     “Pessoas nada ligadas à educação são as que mais tentam elucidar, gerir, sugerir, questionar e até administrar o ensino neste país. Enfatizam que educação é algo de extrema complexidade, cujo entendimento está muito longe de uma solução ao menos razoável. Ora, escola não é empresa. Pessoas não são máquinas. Educação não é processo falido. Culpa-se sempre o governo, mas será somente o governo culpado? Afinal, quem está todos os dias com o aluno dentro de uma sala de aula? È o governo ou o educador?  É imprescindível que nossa consciência de educadores transponha com urgência os muros da escola a fim de que possamos descobrir o real e significativo papel político-pedagógico do professor.”
                                                  Ronaldo Rodrigues







A escola certa

     “A escola de que o Brasil precisa tem de estar na Constituição. Ser apolítica. Ter sua verba designada e repassada nos trâmites estabelecidos pela Constituição.
     A escola de que o Brasil precisa, precisa valorizar o seu educador, muito mais do que financeiramente. É preciso adequar a educação brasileira a cada local deste país, valorizando os educadores de cada região e não nomeando colegas universitários para escolha de livros didáticos, elaboração de planos pedagógicos e sistematização de ensinos complexos, ora no estilo americano, chileno ou asiático.”
                                            Ronaldo Rodrigues



Folha da Tarde 1994/06/14


Questão de autonomia
                              Ronaldo Rodrigues  

     A proletarização do professorado estabeleceu a perda do controle do trabalho, inutilizando o educador por meio da burocracia e conduzindo-o à uma luta ardorosa contra sua desqualificação e sua perda salarial.
     Essa luta é a busca do reencontro com a identidade perdida e com a reorganização da classe profissional que, ultimamente, procura por melhores dias, melhores qualificações e condições de trabalho.
     Infelizmente a divisão das atividades do educador conduzem-no à normas de hierarquização que resultam em uma menor valorização.
     A escola pública vai, assim, contra a espontaneidade e o caráter vivo e criador de cada indivíduo.
     A camada social que busca a escola pública sonha com a possibilidade do saber que só se define com a competência técnica e os instrumentos materiais adequados para a transformação da ignorância em sabedoria.
     Aprendizagem é um processo lento, cujos resultados não surgem tão imediatos como numa linha de montagem industrial.
     Ensinar é algo extremamente delicado. O educador norteia o indivíduo dentro das suas realidades na direção de sua identificação.
     Receamos pelo fato de que escola não é empresa.
     E por mais competente que seja o gerenciamento, por mais que busque consolidar a teoria na prática, o que acontecerá?
    É nessa visão abrangente que nos solidarizamos com os educadores que lutam pela reconquista da autonomia individual e da classe profissional.

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